sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O Pai

Bom vivant, bonacheirão, amante dos prazeres da vida e da natureza, dos prazeres físicos e dos etéreos, vive quase sem preocupações no meio (mas isolado) de todo um povo carregado de mágoas, pesares, obrigações e tradições. Não perde a oportunidade de se chegar a um rabo de saia, a um bom copo de vinho ou a uma festa animada, mesmo que para isso tenha de se esquecer das "aparências" que a sociedade lhe impõe.
Após a morte da sua esposa ficou apenas com uma mulher e uma menina debaixo do seu tecto. A mulher é quem está sempre discretamente ao seu lado, é a sua companheira e tem o rótulo de criada. A menina é o seu amor e aquela a quem quer mais que tudo: sua filha.
Vive alegremente e descansado ignorando os verdadeiros sentimentos de sua filha, julgando que a bonança depois da tempestade já teria chegado. Até ao dia em que a desonra o obriga a encarar de frente a brutalidade e a cegueira de um amor assolapado...

João Duarte

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